Os feldanos são uma tribo nômade normal encontrada no meio do Vale do Norte. Como a maioria da população local, residem perto da floresta e vivem uma vida pacífica e calma, como caçadores experientes.
Mas havia uma exceção. Popol, um garoto travesso era conhecido como especialista e fazer traquinagens e também como o pequeno aventureiro da tribo, sempre parecendo estar no centro das atenções. Ao contrário dos outros moradores da região, ele era cheio de vigor e imaginação. Graças à tradição guerreira do Vale do Norte, Popol dominou a arte do arremesso de lança desde a infância. Muitas vezes ele se juntava aos adultos durante as caçadas e retornava com um carrinho cheio de presas.
Ouvir os adultos cantar canções sobre heróis lendários era o seu passatempo favorito. Ele sonhava em se tornar um deles e ter seu nome cantado por outros como Popol, o Destemido.
No entanto, os adultos de sua tribo não levaram sua ambição a sério e riram dela, considerando apenas um sonho infantil. Popol não suportava isso. Para impressionar os outros, ele fez todo tipo travessuras bem elaboradas, coisa que apenas resultou nos aldeões, especialmente crianças, enxergando ele apenas como uma aberração e ficando longe.
Quanto mais afastavam ele, mais ansioso Popol ficava para chamar atenção dos outros, fazendo ainda mais travessuras. No entanto, isso continuava a produzir os efeitos opostos. No final das contas, ele acabou sem amigos. Sozinho e desesperado, decidiu fazer algo extraordinário para reverter a sua imagem de uma vez por todas.
Numa noite escura, Popol deixou a aldeia e aventurou-se nas montanhas. Ele planejava matar um feroz lobo da geada sozinho para impressionar os outros. Ele tropeçou na floresta espessa e investigou curiosamente o seu entorno. Como esperado, ele se perdeu no escuro e caiu em uma armadilha.
Quando Popol tropeçou no poço profundo, bateu com a cabeça em uma pedra, fazendo-o perder a consciência. Após recuperar a consciência, ele olhou em volta, perguntando-se onde estava, e a primeira coisa que viu no fundo do buraco foi um par de olhos azuis brilhantes, que o deixou gelado de medo. Mas quando o luar brilhou na armadilha, ele viu o dono dos olhos – um lobo da geada preso, a quem mais tarde Polpo deu o nome de Kupa. Um de seus pés estava preso e ferido por uma armadilhas e, devido à fome, mal conseguia se mexer.
Popol poderia ter matado Kupa lá mesmo, mas quando ergueu sua lança, viu nos olhos do lobo a mesma solidão que havia dentro dele. Se ele matasse Kupa, estaria completamente sozinho na escuridão do fundo daquele poço. Hesitante, ele abaixou a lança e tentou ajudar Kupa.
De início, foram defensivos e hostis em relação ao outro. Mas com o tempo essas duas almas solitárias finalmente baixaram a guarda e aceitaram um ao outro. Apesar de estarem presos no poço, sentiam o calor da presença um do outro. Aquela armadilha se tornara uma ponte que os uniria na amizade. E talvez devido à sua solidão, Popol tratou Kupa como um ouvinte e companheiro de traquinagens. Ele até mesmo brincava jogando bolas de neve no focinho de Kupa.
Mas nesse momento, Kupa já estava quase morrendo de fome. Popol hesitou por um tempo, mas então compartilhou de sua comida com o animal.
E assim o lobo da geada foi salvo de morrer de fome. Na mente de Kupa, todos os humanos eram frios e implacáveis como os caçadores. A vida dele era uma constante briga de vida e morte contra os humanos. Mas Popol era diferente. Tendo sido caçado sozinho na floresta desde que nasceu, Kupa sentiu bondade e calor pela primeira vez em Popol. Com o passar do tempo, Popol e Kupa começaram a sobreviver se alimentando de ratos ratos e outras pequenas criaturas, que Popol conseguia pegar com sua lança e, em seguida, compartilhava com Kupa.
Alguns dias se passaram, e os dois formaram uma amizade sutil. Infelizmente, já não havia muita comida ou ratos para eles sobreviverem. E para piorar as coisas ainda mais, seus primeiros visitantes não eram pessoas em busca de resgatá-los, mas um grupo de abutres. Eles ficaram voando pela armadilha, começando a atacar. Popol atirava sua lança contra os abutres, mas não conseguia afastá-los, enquanto Kupa não conseguia lutar bem com uma pata presa.
Sob o assédio contínuo dos abutres, eles estavam se tornando a refeição das aves. Foi nesse momento de perigo que Popol tomou uma decisão notável – ele jogou a lança e com toda a sua força e quebrou a armadilha que prendia Kupa, para permitir que ele conseguisse escapar. Com as costas expostas, Popol foi apanhado por um abutre e levado para fora da armadilha. Quando o rapaz já havia perdido toda a esperança, um rugido trovejante se fez ouvir. Kupa saltou do poço e atacou o abutre, libertando Popol de suas garras.
Agora, com ambos lutando lado a lado, Popol e Kupa demonstraram uma sinergia incrível e repeliram todos os abutres para sempre. Foi assim que se tornaram parceiros em novas aventuras. Eles viajaram pelas terras congeladas e juntos, começaram um novo capítulo em suas vidas.