Embora os elfos tenham vidas notavelmente longas, eles não têm corpos imortais. Durante a longa história da Terra do Alvorecer, esta raça gentil e frágil suportou grande dor e sofrimento antes de finalmente fazer sua casa nos Bosques de Azrya. Miya viveu por tudo isso.
Nascida no final de uma era de conflito, Miya testemunhou as tragédias indescritíveis que se abateram sobre os Elfos na guerra sem fim, seguiu a Deusa da Lua para a salvação, então experimentou pessoalmente a segunda guerra continental contra os humanos e testemunhou quando muitos de seu povo degenerou-se para Elfos Sombrios após a corrupção do abismo profanar o Pântano Sombrio.
Devastada pelo destino agourento de sua raça e por suas cicatrizes da guerra, Miya sonhou com uma vida pacífica, e este sonho finalmente se tornou realidade quando a Deusa da Lua usou toda sua força para criar a Égide Lunar, protegendo os Elfos dos Bosques de Azrya e permitindo eles prosperassem sob a proteção da Égide.
Depois disso, a Deusa da Lua adormeceu profundamente e Miya entrou para o sacerdócio. Por milhares de anos, ela serviu no Templo de Luna com fé absoluta, orando pelo despertar da Deusa da Lua e esperando que a Deusa um dia pudesse proteger para sempre os Elfos, sempre atingidos por desastres.
No entanto, esse período de sua vida estava fadado ao fim. Com a expansão contínua do Abismo e dos demônios, a névoa da guerra mais uma vez envolveu a Terra do Alvorecer. Quando os humanos e os demônios abissais fizeram uma trégua, surgiu um conflito entre os Elfos e suas atitudes em relação à guerra. A facção liderada pelo Rei Elfo, Estes, acreditava que o abismo maligno traria desastre para todo o continente, e os Elfos devem tomar a iniciativa de destruir os demônios.
Muitos outros Elfos acreditavam que seu povo tinha sofrido o bastante e não deveria se envolver em guerras nunca mais, ao invés disso, deveriam viver com segurança dentro das fronteiras dos Bosques de Azrya sob a proteção da Égide da Deusa da Lua. O que Estes simplesmente não conseguia entender era que sua irmã, Miya, estava do lado oposto desse conflito interno. Embora ela apreciasse a paz, Miya ainda se lembrava do último mandato da Deusa da Lua – proteger seu próprio povo, não importando o quê. Portanto, ela não queria ver mais vidas élficas serem sacrificadas em nome da justiça.
No final das contas, a grande maioria dos Elfos escolheu defender os Bosques de Azrya, mas mal sabiam eles, estavam dando início a outra catástrofe. A Égide Lunar possuía o poder de impedir a disseminação da corrupção em seu domínio, mas não conseguiria impedir o poderoso exército de demônios. A fim de atacar o Império Moniyano, o exército de demônios contornou as intransponíveis Montanhas de Lantis e decidiu partir do Pântano Sombrio, invadindo as Planícies Moniyanas através da Floresta Enluarada.
Diante da repentina invasão do exército de demônios, embora os Elfos tenham uma resistência tenaz, os inimigos varreram a Floresta Enluarada. O Rei dos Demônios do Fogo, Thamuz, ateou fogo à Árvore da Vida, na qual muitos Elfos residiam, fazendo chover um inferno de morte sobre a floresta.
Miya se culpou pela tragédia. Ela queria proteger seu povo evitando a guerra, mas sua inação resultou em um sacrifício ainda maior. E então, ela orou dia e noite no Templo de Luna, esperando que a grande Deusa da Lua pudesse conceder a sua iluminação e guiá-la no difícil caminho adiante.
No entanto, a Deusa da Lua adormecida não concedeu a Miya a iluminação que ela buscava, e a luz da Floresta Enluarada ficava mais fraca a cada dia. O Rei Estes e alguns dos outros elfos começaram a enfraquecer como resultado da diminuição da energia lunar. À distância, os orcs e demônios liderados por Balmond se reuniu nas Devastações do Olho Tempestuosos. Desta vez, seu alvo não era o Império Moniyano, mas a própria Floresta Enluarada.
Com a grande Deusa da Lua ainda adormecida e a força do Rei Estes diminuindo, Miya não tinha escolha. Estivesse ela preparada ou não, a guerra finalmente a encontrou mais uma vez. A elfa foi forçada a assumir os deveres de Sacerdotisa da Lua e liderar seu povo na defesa de sua pátria. Quando o som dos tambores de guerra orcs puderam ser ouvidos se aproximando, as tropas da Floresta Enluarada também soaram um chamado que não era ouvida há milhares de anos. Miya, a Sacerdotisa da Lua, pegou seu arco de prata e juntou-se a seu povo para lutar ao luar.
“Grande Deusa da Lua, se a guerra chegar a esta terra, o sacrifício não puder ser evitado. Por favor, conceda-me a força, a coragem e a fé necessária para proteger meu povo e a nossa pátria!”